TIPOS DE PESCA

Pesca em Tocas


A pescaria em tocas é a pescaria que mais requer habilidades do pescador submarino.
clip_image001Principalmente porque os peixes que matamos entocados na maioria das vezes são peixes territoriais e por isso muitas das vezes ariscos a pescadores submarinos por já terem escapado de algumas tentativas de captura.
Para tornar esse tipo de pescaria eficaz precisamos de uma boa lanterna que ilumine bem a toca ou fenda em que estamos procurando os peixes e com botão de fácil acesso para ligá-la e desligá-la. Com uma boa lanterna podemos ir atrás dos peixes de toca e nos perguntamos’’ como abordar uma toca?’’. Por cima? Pelo lado? De frente? Evitar abordar as tocas por cima, demora para se enfiar o tronco, lanterna e arbalete para se posicionar com chance de bom tiro.
Uma das melhores posições pra abordar uma toca é lateralmente, sorrateiramente se posicionar na toca, e somente ligar a lanterna depois de posicionar o arbalete na mesma direção do foco, sempre com movimentos leves. Sempre procurar identificar a presa a ser arpoada, isso evita acidentes e trabalho desnecessário pra desentocar o peixe. Evitar atirar no rabo, pois muitas das vezes acabamos perdendo o arpão e deixamos um peixe machucado no fundo da toca e às vezes para morrer.
A pesca em espera para peixes de toca também tem um bom resultado caso a apneia do pescador seja muito boa e às vezes utilizando o engodo na frente da toca.
Em dia de água turva ou mar correndo torna-se legal o uso da bóia para marcamos o fundo que estamos explorando e evitar gasto de apneia procurando a toca observada antes.
Outra coisa interessante é a forma como saímos das tocas, como em algumas bem compridas, devemos também sair sorrateiramente caso o peixe não tenha nos dado chance de ser arpoado na primeira descida. Isso serve também para que olhe bem em volta antes do retorno a superfície, às vezes vários peixes se aproximam para nos observar e quando saímos rápido e fazendo estardalhaço espantamos todos. Vale a pena uma olhada por sobre a cabeça, não é difícil cardumes estarem próximos a nós já que estamos com o tronco dentro de uma toca. A saída estabanada acaba deixando o peixe nervoso e na próxima descida ele poderá não estar mais lá, sem contar que a batida de perna exagerada na entrada da toca causa uma grande suspensão fazendo que demoremos um tempo maior para poder voltar a pescar no local e com isso dando chance do peixe ir embora.
Alguns pontos a observar:
1)    Antes de arpoar certos peixes, termos certeza da capacidade do nosso equipamento.
2)    Caso o peixe seja de um certo tamanho, e talvez o tiro não o apague, tomar cuidado com a rota de fuga dele. Ás vezes a única rota de fuga é o lugar por onde entramos, e já escutamos vários relatos de pescadores que perderam dentes, apagaram e até mesmo perderam suas vidas quando um bom exemplar bateu em retirada na sua direção.
3)    Se estiver difícil de desentocar e achar que seu rendimento físico esta caindo não coloque sua vida em risco. A primeira opção é chamar seu dupla para um segundo tiro ou ajudar a desentocar. Caso continue difícil você pode prender o arpão a uma bóia ou galão a fim de cansar o peixe fazendo com que você o desentoque mais fácil depois. Enquanto deixa o peixe brigando com sua bóia/galão você pode dar uma descansada e recuperar suas energias sem colocar sua segurança em jogo.
4)    Ás vezes é necessário o uso de um arpão sem barbela para consecutivos tiros no peixe até que ele apague minimizando nosso esforço e preservando nossa segurança. Quando está ruim de puxar o peixe podemos precisar de um bicheiro comprido acima de 1 metro.
5)    Como nem sempre damos tiros certeiros e freqüentemente temos arpões presos em fundo de toca é recomendado o uso de safa arpão ou saca flechas como muitos chamam. Existe o pequeno com cerca de dez centímetros que é só colocar na parte traseira do arpão e rodar para que isso libere a barbela dentro da toca e também tem o safa arpão comprido acima de um metro que muitas vezes é necessário para as tocas compridas.

Pesca de espera


A pesca de espera consiste basicamente em você fazer uma espera imóvel e aproveitar a curiosidade dos peixes e os cardumes no espumeiro atrás de comida.
Quanto melhor for o seu tempo de fundo mais efeito vai surtir a sua espera.
O ideal é que você se esconda atrás de alguma pedra e espere os peixes virem te observar.
Algumas dicas mais específicas:
Pirangica - Um peixe que todo mundo recrimina e até denominado de peixe de “paneleiro”, mas nem sempre é fácil de se matar. O melhor modo de fazer espera para pirangicas é atrás de pedras ou simplesmente esconder a cabeça num buraco, não é incomum quando levantar a cabeça ver cardume de pirangicas a sua volta. Na espera para se matar as maiores pirangicas do cardume deve se ter uma boa apneia e paciência, as menores são sempre as primeiras a se aproximarem e a nos darem chance de tiro, e as maiores ficam nadando um pouco mais afastadas, só se aproximando depois de não notarem nada ameaçador.
Badejo-mira - São os mais curiosos de todos, com uma pequena apneia eles logo vem te ver de perto ou te procurar caso você esteja atrás de alguma pedra. Os badejos maiores às vezes demoram um pouco mais para se aproximarem, obrigando a fazer uma espera mais demorada ou utilizar a tática do engodo (que não é considerada esportiva, mas é muito utilizada na Bahia). Já foram observadas situações em que mais de 10 badejos ficam observando em volta do mergulhador no fundo, e os maiores sempre passando longe da linha de tiro. Mesmo nessas condições não se deve desanimar, pois de repente, os maiores “explodem” em direção do pescador sub.
Budião - São peixes que logo são traídos pela curiosidade e vem ver o que o pescador parado está fazendo. No começo da espera eles passam razoavelmente perto de nós, só que muito rápido e logo em seguida diminuem a velocidade e logo estão brincando ao alcance das armas.
Robalo - A maioria dos bons pescadores de robalo já conhecem o pesqueiro e pedras em que eles passeiam, mas caso você não conheça o local e tendo pouca visibilidade uma boa espera é um aliado fortíssimo. Muitos pescadores sub não entendem como se mata grandes exemplares de robalo em área de pouca visibilidade, a resposta é bastante fácil. Você geralmente faz espera perto de alguma pedra e os pequenos robalos logo aparecem, em seguida vem os robaletes,  e então de repente, vem os grandes exemplares que mais parecem um navio (como diriam os mergulhadores mais exagerados). Caso encontrem o cardume e estejam se aproximando por trás, procurar dar sempre tiro no último exemplar (provavelmente o maior exemplar), procurando o apagador para não criar reboliço e espantar o resto do cardume. Muitos também aconselham a matar o primeiro do cardume para que o cardume fique sem orientação e os maiores se tornem alvo fácil.
Pampo e enchova - são peixes frequentadores do espumeiro e são freqüentemente vistos em dias de mar batendo nas pontas das ilhas, costões ou pedras que afloram. Deve-se tomar cuidado na espera, para não ser jogado nas pedras pela ondulação. Normalmente é mais fácil de vê-los e arpoar um exemplar estando deitado um pouco abaixo deles.
Uma outra forma seria descendo em direção ao cardume mais abaixo ou quando o cardume aparece do nada, o ideal então é nos aproximar sem bater a nadadeira (folha seca).
Não é incomum o cardume se abrir e logo se juntar novamente à nossa volta nos dando tempo de escolher o melhor exemplar e arpoá-lo.
Alguns peixes de passagem como a cavala, wahoo, sailfish nadam com grande velocidade e com um arranque repentino, então tenha certeza de que tem corda suficiente para você chegar na superfície e trabalhar o peixe. Não é incomum pescadores perderem suas armas com esses peixes quando elas não estão presas a uma bóia.
Para esse tipo de pescaria o ideal é que se utilizem armas de 1 metro ou maior, bastante cabo na carretilha, a arma estando presa na bóia e de preferência um arpão mais fino do que de 7mm (existem de 6.2, 6.5 e 6.7). Quando o tiro não é no apagador e como o peixe nada velozmente, o arpão pesado fica se batendo, fazendo com que isso rasgue a carne do peixe e ele acabe fugindo. Os arpões mais finos e leves além de terem um tiro mais rápido e alcance maior evitam esse desgaste na carne do peixe.  ** Lembrando que quanto mais próximo da cabeça for o tiro, melhor a chance de dominar o peixe.
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Pesca de Passagem

Às vezes até matamos alguns peixes de passagem dentro de alguma enseada, mas é claro que não é o lugar mais apropriado para os encontrarmos. Então chegamos a conclusão que devemos procurar certos tipos de pesqueiros para termos mais facilidade de encontrar os peixes de passagem.
Pontas de ilhas e de enseadas são ótimos lugares para praticar esse tipo de pescaria, principalmente se estiver com o mar batendo um pouco, pois reviram os nutrientes na água fazendo com que certos peixes se aproximem.
Pilastras, dutos de emissários e lajes também fazem parte do roteiro desses peixes. Os ideais são arpões mais leves e finos do que o de 7mm, alem do tiro ser mais rápido e penetrante ele faz menos estrago na carne quando o peixe bate em retirada, diminuindo as chances de perder o peixe.
Armas acima de 1 metro e às vezes com 2 ou 3 elásticos de 16 mm são as preferidas. A vantagem de uma arma com dois elásticos de 16 mm em vez de um de 20 mm é a facilidade de armarmos e diminuir o cansaço, depois de um dia dando vários tiros consecutivos. E ao contrário do que pensávamos antigamente dois elásticos de 16 mm tem um tiro mais forte que apenas com um elástico de 20 mm, e se o elástico for encurtado tende a variar o tiro. Uma coisa para analisarmos é a importância do terminal dyneema nas armas longas, o dyneema faz com que o tiro saia mais silencioso do que com o terminal metálico articulado, e o peixe que queremos arpoar não estará tão assustado, devido à suavidade do dyneema no pino do arpão. Em lugares que temos a probabilidade de encontrar grandes peixes o ideal é prendermos a arma na bóia para qualquer eventualidade.
Uma técnica bastante utilizada para se atrair peixes de passagem é o uso de Atratores. Atratores são fitas metálicas presas a um cabo fundeado a uma boa profundidade com algum tipo de âncora, e para evitar que todo conjunto afunde, é necessário o uso de uma bóia próxima à superfície. Como esse tipo de pescaria não é muito utilizada no Rio de Janeiro colocaremos o link do site do ELMPS, da Bahia, que possui um artigo detalhado para confecção de atratores.
http://www.elmps.com.br/confeccao_atratores.htm

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