1º Disparo
As armas de caça submarina não tem massa de mira, e mesmo que tivessem, de pouco adiantaria. A mira se faz no prolongamento do braço, acertando a linha de visada ao longo do cano da arma, procurando guiar o tiro por aproximação. No momento do tiro o caçador deve permanecer imóvel, para evitar o desvio do arpão. No sentido de conseguir melhor precisão, o caçador deve encostar a parte posterior da arma junto à face lateral da máscara. Em ordem de preferência e, se pudéssemos escolher o melhor ponto de impacto do arpão, em primeiro lugar viria o cérebro.
É o ponto mais mortal do peixe onde conseguimos “apagá-lo”, isto significa imobilizá-lo totalmente, impedindo-o de se refugiar nas tocas ou debater-se tentando se livrar do arpão. Este tiro é frontal, e atinge o peixe de cima para baixo. No caso do peixe se apresentar de lado, o caçador deve procurar acertar o tiro o mais próximo possível da cabeça e, de preferência, na metade superior, tomando como base o inicio da linha lateral com o opérculo branquial.
Deve-se ter em mente que no momento do tiro o braço deve estar estendido e firme de forma a oferecer o máximo de apoio e resistência ao recuo da arma, devido a densidade da água, sabe-se que o arpão precisa de força para acelerar e vencer sua resistência e, se no momento do tiro o braços estiver “mole” não conseguira os mesmos resultados.
Disparar a arma muito próximo à peixes grandes, pode ser contraproducente, pois devido ao mecanismo propulsor das armas, o arpão precisa percorrer um espaço fora do bocal, para adquirir total aceleração e eficácia no impacto, assim, a distância ideal do tiro com armas pneumáticas é de 1,50 a 2,00 metros a partir do bocal.
2º Disparo
Muitas vezes podemos nos deparar com a necessidade de um segundo tiro, quer seja para retirar um peixe da toca como garoupa, ou mesmo para assegurar a recuperação de um olho-de-boi. Nestes casos é fundamental que os caçadores estejam munidos de equipamentos perfeitamente funcionais, para evitar perda de tempo que pode custar a perda do peixe. A bóia poderá ser de grande ajuda nestes casos, pois poderá fornecer de imediato um segundo arpão, um bicheiro, uma lanterna pequena e potente . O caçador deve manter preparado no seu equipamento um arpão reserva desprovido de farpa que servirá para apagar um peixe entocado, ao mesmo tempo que permite a retirada do arpão com facilidade.
Fontes : Super Sub (Santarelli) / Caça Sub - Fundamentos e Técnicas
EQUILIBRIO E LASTREAMENTO
Embora haja diferenças fundamentais de indivíduo para individuo, o homem flutua na superfície quando tem os pulmões cheios de ar. Mas quando ele começa a mergulhar, o ar contido nos pulmões, sendo um gás, portanto sujeito à compressão conforme a lei de Bolye e Mariotte, reduz seu volume progressivamente.
Já vimos que em 10 metros de profundidade este volume é reduzido pela metade. Pelo princípio de Arquimedes, a redução de volume do corpo humano provoca uma menor quantidade de líquido deslocado e, conseqüentemente, um menor empuxo de baixo para cima. Em outras palavras, o corpo humano aumenta sua densidade e o seu peso em relação à água. A flutuabilidade que ele tem na superfície vai rapidamente diminuindo e, em uma determinada profundidade, some totalmente. O peso especifico do corpo fica exatamente igual ao da água na qual está imerso.
Nesta profundidade, chamada quota de equilíbrio, o corpo humano não sobe nem desce, enquanto, além da quota de equilíbrio, a tendência é ir para o fundo. Em que profundidade vamos encontrar a quota de equilíbrio? A profundidade é diferente de individuo para individuo, mas entre a maioria dos mergulhadores ela se situa entre os 10 e 12 metros.
Acima da quota de equilíbrio, se o mergulhador ficar inerte, voltará sempre a superfície, enquanto abaixo esta quota, ele será levado inexoravelmente para o fundo. Este fenômeno é de grande importância para a segurança e para a própria mecânica do mergulho. A natureza nos deu uma ampla faixa de segurança, de mais ou menos 10 metros de profundidade, dentro da qual, qualquer acidente mecânico ou fisiológico que possa provocar um desmaio terá conseqüências bem menos graves, porque de qualquer modo o corpo voltará à superfície.
O excesso de lastro provoca um aumento da densidade e do peso do corpo humano, colocando a quota de equilíbrio bem mais próximo da própria superfície e as vezes acima dela. Evidentemente, o excesso de chumbo facilita as coisas para o mergulhador no inicio do mergulho, ele não precisa esforçar-se muito para vencer a flutuabilidade natural do corpo humano. Em compensação, a economia de forças obtida no inicio do mergulho será paga com um dispêndio de forças equivalente na volta à superfície, quando o mergulhador deverá vencer o empuxo negativo provocado pelo excesso de peso.
Fontes : Super Sub (Santarelli) / Caça Sub - Fundamentos e Técnicas
VIRADA EM TRÊS TEMPOS
Na superfície, o caçador sub mantém o seu corpo na horizontal. O snorkel sai da superfície quase formando um ângulo de 90 graus com o plano da água. A arma é sustentada com o braço, também formando 90 graus com a superfície, para não se cansar inutilmente os músculos.
1) Depois de oportuna hiperventilação, executada com o corpo imóvel, e com um movimento mínimo de pernas, apenas o necessário para que se mantenha a posição quando houver correnteza, o caçador começa a segunda fase.
2) É o inicio do mergulho. O caçador enche os pulmões numa profunda inspiração, e flexiona o corpo a mais de 90 graus, estendendo ambos os braços para o fundo.
3) O mergulhador ergue agora rapidamente as pernas para fora da água, ficando o corpo em posição vertical. O próprio peso das pernas, ao sair da água, vai empurrar o mergulhador para o fundo. Assim que as nadadeiras transpuserem a superfície, o mergulhador deve começar a mover as pernas para continuar a descida, empurrado agora pelas nadadeiras.
Fontes : Super Sub (Santarelli) / Caça Sub - Fundamentos e Técnicas
PREPARO FISICO DO PESCADOR
Todo pescador sub tem que ter consciência que para um melhor resultado durante seus mergulhos são necessários exercícios de preparação física para poder enfrentar essas empreitadas sub.
“No decorrer de alguns milhares de anos, o homem moldou o próprio organismo para suportar um regime de trabalho representado pela quantidade de esforço físico necessário à própria sobrevivência
Desde a época da pré historia até o final do século passado, esta quantidade pouco se alterou, e o homem primitivo gastava para a própria sobrevivência uma quantidade de esforço não muito superior à gata pelos nossos avos no principio deste século. Com o avanço da revolução industrial, esta quantidade foi progressivamente diminuindo, a ponto de poder-se avaliar que, em 1980, a energia per capita gasta em trabalhos musculares em um país industrializado era reduzida a um quinto da energia gasta no mesmo país no ano de 1880.
O automóvel, a maquina de lavar, a serra elétrica, o elevador, os motores e tantas outras coisas foram pouco a pouco, dispensando o homem da necessidade do esforço físico. O homem moderno, empolgado e distraído pelo próprio progresso, que no espaço de menos de cem anos passou da carroça puxada a burros ao avião supersônico, esqueceu quase totalmente da necessidade de proporcionar ao próprio organismo o trabalho físico ao qual fora acostumado durante milênios.
E começou então a aparecer, sempre em forma mais grave, uma triste contrapartida, representada pelo aumento vertiginoso das doenças cardíacas e pela atrofia dos órgãos do corpo humano, que foram, por tanto tempo, acostumados a um trabalho agora dispensado.
A própria mente por reflexo começou a falhar, porque um cérebro mal irrigado não pode – por brilhante que seja – conserva-se isento de doenças. A inatividade física ataca também o cérebro, e os antigos romanos bem conheciam o perigo da letargia dos músculos: MENS SANA IN CORPORE SANO.
Por estas razões, há algum tempo, o homem moderno sentiu como nunca a necessidade de se submeter a exercícios físicos que pudessem conservar-lhe a integridade do organismo. Surgiram uma infinidade de métodos e sistemas e multiplicaram-se os professores de educação física. O homem moderno procurou a salvação do próprio físico, na ginástica, nos exercícios isotônicos, nos isométricos, na yoga, na calistênica, na natação, nos exercícios aeróbicos e em uma infinidade de outros métodos .....” .
Super Sub / Américo Santarelli – 6ª ed.ver.atual – São Paulo : Nobel, 1995.
Como vimos em trecho do livro de Santarelli, o preparo físico para um atleta de pesca sub é indispensável, o atleta tem que estar bem preparado para poder enfrentar grandes jornadas de pesca, tendo como principais áreas do corpo afetadas, pulmão, abdome, sistema respiratório, psicológico e pernas, tudo tem que estar funcionando de forma harmônica, quando um desses fatores não está preparado paras as atividades de mergulho o pescador sente uma diferença nítida no rendimento de suas pescarias.
Fontes : Super Sub (Santarelli) / Caça Sub - Fundamentos e Técnicas
Nenhum comentário:
Postar um comentário